Por Sarah Stephany Souza Psicóloga Perinatal (MaterOnline)
CRP /06 14906

Já está posto que a chegada de um bebê implica em diversas mudanças no âmbito, social, familiar, e na vida do casal. Levando em conta que nossa geração a maioria das mulheres tem uma vida profissional muito corrida, a gestação é algo que vai lhe tirar totalmente da zona de conforto e por mais que tenha sido planejado esse momento, você vai precisar por um período se dedicar a esse bebê e abrir mão temporariamente de algumas coisas.

Durante a gestação alguns fatores importantes podem fazer total diferença para que leve uma gestação mais tranquila possível, aí é aonde entra a equipe, enjoos, dores abdominais, preocupação, alimentação, peso, privação do sono, variação hormonal, medos, traumas, angustias, problemas familiares, intercorrências na gestação, entre outros. São coisas que podem trazer um estresse desnecessário.

No mundo ideal, seria incrível que todos tivessem acesso a uma equipe multidisciplinar do planejamento ao pós-parto. Quem são esses profissionais? Como cada um pode te ajudar?

Médico obstetra: Vai cuidar do desenvolvimento do feto, além de prestar assistência à mulher nos períodos da gravidez e pós-parto. Para assegurar a qualidade da assistência pré-natal, a OMS recomenda: investigar o risco obstétrico; realizar exame clínico e obstétrico, com especial atenção à presença de anemia e avaliação da idade gestacional, altura uterina e batimentos cárdio-fetal; aferir os níveis pressóricos; reforçar e estimular a suplementação de ferro e ácido fólico; instruir a gestante sobre os sinais e os locais de atendimento de emergência e preencher a ficha de pré-natal de maneira adequada em todas as consultas de pré-natal. Além destes procedimentos, acrescenta na primeira consulta o exame ginecológico completo, o cálculo da relação peso/altura, a solicitação de exames laboratoriais básicos, como dosagem de hemoglobina (Hb), sorológico para sífilis/DST, urinálise e tipagem sangüínea (ABO e Rh) e a primeira dose da vacina antitetânica

Psicóloga Perinatal: É quem vai dar o suporte psicoterápico nessa fase de transformações não só física como psíquica, avaliando a saúde emocional da gestante e prevenindo agravos no pós-parto (puerpério). Uma primeira condição para o trabalho multidisciplinar efetivo do psicólogo é a clareza de suas atribuições e das expectativas concernentes a sua especificidade (Romano, 1999). No caso de estarem esclarecidas as atribuições do psicólogo, espera-se que ele seja capaz de se mostrar competente o suficiente para que sua prática seja vista como necessária (Chiattone, 2000; Moré et al., 2004).

Nutricionista: Vai auxiliar na sua alimentação e ganho de peso durante a sua gestação, possibilitando uma gestação saudável. Para Fontineli Júnior (2003), as principais atividades desenvolvidas são a identificação dos hábitos alimentares da população e dos grupos de risco nutricional; a ampliação do Programa de Combate às Carências Nutricionais; o monitoramento nutricional de gestantes; a promoção de práticas alimentares saudáveis; o incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os seis meses e misto até os dois anos, dentre outros.

Fisioterapeutas: Auxilia nos sintomas e desconfortos físicos, prevenindo complicações da gravidez ou no parto. Para Moreno, a cinesioterapia é o recurso fisioterapêutico mais indicado para gestantes, pois é um método que não possui contraindicação, além de ser de baixo custo e fácil aplicabilidade.

Enfermeira obstétrica: Auxilia no acompanhamento no trabalho de parto, nos cuidados com o bebê e na amamentação. A enfermeira possui um papel fundamental na assistência obstétrica e seu cuidado deve ser baseado na lei do exercício profissional, na Portaria do Ministério da Saúde que regulamenta a realização do parto normal pelo enfermeiro obstetra, no conhecimento da fisiologia do processo, nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 1996 e em princípios de humanização e interdisciplinaridade.

Referencias: Chiattone, H. B. C. (2000). A significação da psicologia no contexto hospitalar. In V. A. Angerami (Org.), Psicologia da saúde: um novo significado para a prática clínica (pp.73-158). São Paulo: Pioneira. Fontineli Júnior K. Programa Saúde da Família (PSF) comentado. Goiânia: AB Ed.; 2003. Moreno AL. Fisioterapia em uroginecologia. São Paulo: Manole; 2004. Oliveira, SC. Atuação da enfermeira obstetra. Recife: GEOPE; 1999. Romano, B. W. (1999). Princípios para a prática da psicologia clínica em hospitais. São Paulo: Casa do Psicólogo. Villar J, Bergsjø P. Ensayo clínico aleatorizado de control prenatal de la OMS: Manual para la puesta en práctica del nuevo modelo de control prenatal [homepage da Internet]. Genebra: Grupo de Investigación del Estudio de Control Prenatal de la OMS; 2003 [citado 2006 Maio 12]. Available from: http://who.int/reproductive-health/rhl.

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