Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

Durante muito tempo a ciência não estudava o recém-nascido, acreditando que ele não possuía capacidades. Entretanto com pesquisas que surgiram a partir da década de 1960, diferentemente do que se pensava até então, descobriu-se que o recém-nascido não é como uma folha em branco. 

O bebê já nasce atento ao ambiente. Ainda no útero, dentro das possibilidades de um feto, consegue enxergar, ouvir, identifica vozes masculinas e femininas, e demonstra tenra memorização. 

Nos estudos da Psicanalista Myriam Szejer, compreende-se que algumas situações que acontecem durante o período da gestação podem refletir posteriormente em sintomas corporais no recém-nascido, como se fosse uma forma de protesto do bebê. 

Muitas vezes o frenesi dos profissionais da saúde que atuam com neonatos  poderia ser amenizado conhecendo-se a história da gestação, pois bebês, apesar de não compreenderem a palavra falada, são capazes de compreender os fatos pela sua forte percepção do meio.

Myriam Szejer apresenta em seu livro “A escuta psicanalítica de bebês na maternidade” uma técnica que consiste em colocar em palavras para o bebê a sua própria história. E tal ação de fala dirigida ao bebê, tem se mostrado muito eficiente para controle de sintomas que eventualmente o bebê possa apresentar ainda nos primeiros dias de vida, sendo essa técnica hoje utilizada por psicólogos de diferentes abordagens.

Joanna Wilheim, autora do livro “O que é psicologia pré-natal”, apresenta de forma interessante como o processo de conversação com o bebê ocorre, de forma a primeiramente compreender os acontecimentos de sua história, e posteriormente colocar em palavras para ele.

Dessa forma, é importante saber que recém-nascidos apresentam capacidades de compreensão muito superior ao que acreditávamos, e assim  precisamos mudar a forma como atuamos com os bebês, precisamos conhecer mais a história do casal, da gestação e olhar com maior cuidado para os sintomas apresentados no corpo do bebê, pois tais sintomas podem estar denunciando um saber que só precisa ser colocado em palavras por um profissional sensível à causa dos bebês.

Gostou desse conteúdo? Quer saber mais sobre Psicologia Perinatal? Faça parte da maior comunidade de formação de psicólogos perinatais da América Latina. Conheça toda nossa estrutura aqui e sinta segurança na hora de atender gestantes e mulheres no pós-parto.


{"email":"Email address invalid","url":"Website address invalid","required":"Required field missing"}