Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

A depressão pós-parto afeta cerca de 10% a 15% da população de mulheres em muitos países desenvolvidos (COSTA; PACHECO; FIGUEIREDO, 2007). Entretanto essa porcentagem é mais elevada em países em desenvolvimento, como o Brasil (DOIS et al., 2012; FONSECA; SILVA; OTTA, 2010). Na gestação, os sintomas de depressão, também, são mais frequentes em mulheres que vivem em países em desenvolvimento (PEREIRA; LOVISI, 2008). 

Os principais fatores de risco para depressão, no período perinatal são: história anterior de depressão, pobreza, poucos anos de estudo, ausência de suporte social, dependência de substâncias, violência domestica, não aceitação da gravidez, relacionamento insatisfatório e , apresentar sintomas de estresse na gestação (SILVA et al., 2012; RODRIGUES; SCHIAVO, 2011; PEREIRA; LOVISI, 2008). 

Pesquisas recentes têm apresentado indicativos de que a sintomatologia depressiva não é mais comum no pós-parto do que na gestação (SILVA et al., 2012; FAISAL-CURY; MENEZES, 2012) e que mulheres com história de depressão na gestação são mais vulneráveis a novos episódios depressivos no pós-parto ou apresentam quadros depressivos persistentes. 

Sabendo-se que no Brasil há alta prevalência de mulheres com sintomas de depressão no período perinatal é grande a necessidade que sejam implantados programas de atenção à saúde mental da mulher, nos serviços públicos de saúde em todo país. Na medida em que os quadros depressivos podem estar presentes já na gestação, ações para identificar sintomas de depressão e programas de intervenção deveriam ser implementados neste momento, quando é alta a frequência das mulheres ás consultas de pré-natal. Com isso, seria possível prevenir quadros de depressão no pós-parto, com graves consequências para a saúde da mulher e para o desenvolvimento da criança. 

Dessa forma, a atuação do psicólogo é muito importante, pois o psicólogo pode ser o profissional que irá avaliar a saúde mental de gestantes, realizando triagem e identificando aquelas que apresentam maiores risco de adoecimento mental e para essas oferecer atendimento clínico que pode ser de acolhimento, de orientação e até mesmo psicoterápico. 

Há uma boa porcentagem de mulheres no Brasil adoecendo no período perinatal, e muitas estão sem, tratamento, principalmente por não termos profissionais especializados nessa área para oferecer o atendimento necessário às gestantes e puérperas, portanto, esse é um campo fecundo para a nossa atuação, vem conhecer essa área e vamos juntos criar condições para diminuir a prevalência de gestantes e puérperas com adoecimento mental, desta forma estaremos colaborando para a sociedade permitindo inclusive que as crianças possam ter um melhor desenvolvimento. 

Referências bibliográficas

COSTA, R; PACHECO, A; FIGUEIREDO, B. Prevalência e preditores de sintomatologia depressiva após o parto. Revista de Psiquiatria Clínica, v.34, n.4, p.157-165, 2007. 

DOIS, A et al. Factores de riesgo associados a síntomas depresivos post parto em mujeres de bajo riesgo obstétrico atendidas en el sistema público. Rev. Med. Chile, v.140, n.6, p.719725, jun.2012. 

FAISAL-CURY, A; MENEZES, P.R. Antenatal depression strongly predicts postnatal depression in primary health care. Revista Brasileira de Psiquiatria . v.34, n.4, p.446-450, 2012. 

FONSECA, V.R.J.M.; SILVA, G.A.; OTTA, E. Relação entre depressão pós-parto e 

disponibilidade emocional materna. Cad. Saúde Pública, v.26, n.4, p.738-746, abr. 2010.

PEREIRA, P.K.; LOVISI, G.M. Prevalência da depressão gestacional e fatores associados. Revista Psiquiatria Clínica, v.35, n.4, p.144-153, 2008. 

RODRIGUES, O. M. P.R; SCHIAVO, R.A. Stress na gestação e no puerpério: uma correlação com a depressão pós-parto. Revista de Ginecologia e Obstetrícia , v.33, n.9 p.252-257, 2011.

SILVA, R et al. Sociodemographic risk factors of perinatal depression: a cohort study in the public health care system. Revista Brasileira de Psiquiatria , v.42, n.2, p.143-148, jun. 2012.

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