Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

É muito comum quando o assunto é gravidez, manter o foco na mulher, entretanto, não só ela engravida, mas o homem também. O homem também tem uma história prévia de paternidade, ele também em momentos anteriores de sua vida se projetou no futuro, como seria seu comportamento paterno, número de filhos, sexo da criança entre outros.

Muitos homens têm na paternidade a realização de um grande sonho, muitos desejam muito a paternidade, enquanto que outros não. Este mesmo fenômeno do não desejo por um filho, encontramos cada dia com maior prevalência na população de mulheres.

A construção da parentalidade, portanto, não inicia no momento em que o homem descobre que será pai, mas muito antes.

Desde a infância, muitos podem idealizar a respeito deste momento e assim na sua relação com seu próprio pai, ele vai construindo a sua própria imagem de pai, ele pode desejar ser igual, pois tem admiração por ele e suas práticas educativas, como ele pode querer ser o oposto de seu pai.

Quando chega o momento da notícia de que se será pai, o homem também expressa sentimentos de ambivalência (sentimentos opostos ao mesmo tempo), desencadeia sintomas de ansiedade devido à novidade e até pode manifestar alguns sintomas de gravidez tais como: enjoo, desejos, azia entre outros, esses sintomas ocorrem devido às alterações emocionais que uma gravidez pode desencadear no comportamento do homem.

Assim como mulheres grávidas podem apresentar sintomas de estresse e depressão na gestação e no pós-parto, o mesmo pode ocorrer para os homens, ainda há pouquíssimas pesquisas, no entanto, a literatura já começou a falar a respeito principalmente da depressão pós-parto paterna.

Portanto, quando uma mulher engravida, não é somente ela quem gesta esse bebê, mas o seu parceiro também e porque não falar a família. É preciso sim, voltar o olhar também para o homem grávido e sua saúde mental.

Referências

AREIAS, M..E. et al. Correlates of postnatal depression in mothers and fathers. Br. J.Psychiatry., v.169, n.1, p.36-41, 1996.

CASTOLDI, L. A construção da paternidade desde a gestação até o primeiro ano do bebê. 2002. 285f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002.

EDMOND, O.J.H. Depression in fathers in the postnatal period: assessmentofthe Edinburgh Postnatal Depression Scale as a screening measure. Journal of Affective Disorders., v.125, n.1, p.365-368, 2010.

FALCETO, O.G; FERNANDES, C.L; KERBER, S.R. Alerta sobre a depressão pós-parto paterna. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.34, n.7, p.293-295, 2012.

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