Por Profª. Pós-Drª. Rafaela de Almeida Schiavo CRP/0693353

A profissão da doula e da psicóloga perinatal pode ser confundida por alguns.

A primeira coisa importante a se considerar é que psicóloga não é doula, e doula não é psicóloga. Há psicólogas que também são doulas, mas é preciso saber separar os papéis no momento da atuação. 

Não é atuação da doula trabalhar com sessões de psicoterapia para prevenção ou promoção da saúde mental materna. A técnica conhecida como Pré-Natal Psicológico, também não deve fazer parte da atuação da doula, que também não deve e não pode recorrer à testes psicométricos privativos ao psicólogo na sua atuação. 

No entanto, a doula pode realizar grupos de gestantes que priorize levar conhecimento e informação de seu domínio e responsabilidade à gestantes ou mulheres no pós-parto. Pode ser ativista da saúde e saúde mental materna, bem como aplicar instrumentos não privativos ao psicólogo.

Do outro lado, psicólogas não devem confundir seu papel na cena de parto. A começar que a psicóloga não precisa estar presente em todas as cenas de parto como deve ser para as doulas. Muitos já são os profissionais presentes no momento do parto, portanto, quanto menor o número de pessoas desconhecidas presentes, melhor. A protagonista dessa cena deve ser a parturiente.

 A psicóloga pode entrar na cena de parto quando sua presença for avaliadamente necessária, quando a parturiente fizer questão por algum motivo, ou quando a equipe que acompanhará o parto achar prudente a presença de um psicólogo.

Cada caso deve ser analisado para confirmar a necessidade da presença de um psicólogo na cena do parto, como é o caso, por exemplo, de uma parturiente que sofreu abuso sexual e a cena de parto pode reavivar o trauma psíquico. Outro exemplo pode ser em relação à mulher que vai parir e colocar o bebê para adoção, caso essa mulher solicite, a presença de um psicólogo poderia ajudar esse momento a ser menos traumático.

 Não é dever da psicóloga manipular a gestante com massagens, movimento corporal para redução da dor,  quando não souber como fazer, visto que estas práticas são das profissionais da doulagem que possuem conhecimento e experiência para tal. Ter uma doula para cada gestante seria um grande ganho para partos mais saudáveis em todo o país. 

É importante que as profissões possam respeitar os seus limites de atuação, cuidando para não misturar os papéis e invadir atuações que não lhe cabem ou até mesmo exercer práticas sem o conhecimento técnico, científico e prático para subsidiar. 

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